A inclusão e integração social de crianças e jovens de famílias imigrantes são cruciais para as sociedades de acolhimento nos próximos anos, adverte um relatório hoje divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF).
Segundo este documento, muitas crianças e jovens imigrantes nos países ricos estão em desvantagem comparativamente às crianças e jovens nativos desses países.
"As crianças das famílias imigrantes são frequentemente semelhantes aos seus pares nas famílias nativas em termos de composição familiar e emprego parental, mas são confrontadas muitas vezes com problemas escolares e económicos, e com taxas de pobreza mais elevadas", segundo o estudo.
Este é o primeiro relatório com dados internacionalmente comparáveis sobre o número, proporção e circunstâncias familiares das crianças de famílias imigrantes em oito países industrializados: Alemanha, Austrália, Estados Unidos da América, França, Itália, Países Baixos, Reino Unido e Suíça.
O documento, elaborado pelo Centro de Pesquisa Innocenti da UNICEF, assinala que o bem-estar dessas crianças e desses jovens, em particular dos provenientes de países de baixo e médio rendimento, está comprometido em muitos domínios, nomeadamente no que diz respeito à saúde, educação, segurança económica, alojamento e oportunidades de trabalho.
E embora os pais de muitas crianças imigrantes oriundas desses países de baixo e médio rendimento tenham um nível de instrução limitado, "em alguns países essas crianças têm maior probabilidade de viver com pais com estudos de nível universitário do que as crianças de famílias nativas".
Em metade dos países analisados, a participação do pai na população activa é muito semelhante à do pai de uma criança nativa, enquanto na outra metade dos países, o pai da criança imigrante tem menor probabilidade de estar empregado.
O relatório constata também que o acesso dos jovens imigrantes à escola, o risco de não serem escolarizados e os resultados em termos educativos e laborais variam consoante o seu país de origem.
Na perspectiva de David Parker, da direcção do Centro de Pesquisa Innocenti da UNICEF, a promoção da integração civil e da inclusão social pode beneficiar, não só os as crianças e os pais das famílias imigrantes, mas também os próprios países de acolhimento.
E tendo em conta que os filhos dos imigrantes serão, nos próximos anos, chamados a desempenhar um papel cada vez maior enquanto trabalhadores, votantes e pais, "a sua integração e inclusão social irão moldar o futuro dos países ricos de acolhimento", avisam os autores do estudo.
Sapo.cv/Infopress
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