Uma importante organização de saúde sexual elogiou a Holanda por sua abordagem liberal em relação ao sexo, que ajudou o país a atingir um dos níveis de aborto mais baixos do mundo. O estudo divulgado pelo Guttmacher Institute descobriu que houve uma queda mundial no número de mulheres optando por terminar gravidezes indesejadas.
A presidente do Guttmacher Institute, Sharon Camp, disse à Radio Nederland que a Holanda estabeleceu um padrão para o resto do mundo: “O exemplo da Holanda deve ser inspiração para o resto do mundo. Você começa quando as pessoas são jovens e passa uma mensagem sem ambiguidade: não há nada errado com a sexualidade humana, é parte da vida, esperamos que você espere para ter relações sexuais até que esteja em um relacionamento estável, mas de qualquer forma, não é certo ter filhos antes de estar pronto para educar filhos e não é certo passar doenças.”
Gravidez indesejada
Abortos diminuíram em todo o mundo, indo de cerca de 45,5 milhões em 1995 para 41,6 milhões em 2003, o que a dra. Camp descreve como um desenvolvimento positivo.
”A maioria das descobertas neste novo relatório são boas notícias. Em todo o mundo, vemos uma diminuição significativa dos números e índices de aborto. A principal razão para isso é que também houve uma diminuição significativa de gravidezes indesejadas... Em toda parte, o uso de anticoncepcionais aumentou de um pouco mais da metade para dois terços das mulheres ao redor do mundo.”
Um dos principais problemas identificados pelos pesquisadores que escreveram o relatório foi o número de mulheres que morrem por complicações causadas por abortos inseguros – em torno de 70 mil a cada ano. Outras 5 milhões recebem tratamento para complicações. Metade das mortes por procedimentos perigosos ocorre na África subsaariana, onde menos de um terço das mulheres em idade reprodutiva usa contraceptivos.
Países católicos
Em países católicos, onde as mulheres dependem do estado para tratamento médico, também há um índice mais alto de abortos entre mulheres de baixa-renda do que entre as que têm salários mais altos e condições de pagar elas mesmas pelo procedimento.
A dra. Camp diz que não ficou surpresa ao saber que restringir o acesso ao aborto não reduz o número de mulheres que fazem o procedimento. ”Isso é quase com certeza contra-intuitivo para os que procuram banir completamente o aborto. As descobertas do relatório não poderiam ser mais claras. O que funciona é a prevenção, o que não funciona é a proibição.”
RWN(BRASIL)-Por Marijke Peters
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