PRAIA-O governo cabo-verdiano confirmou hoje a existência de 3.367 casos suspeitos de dengue, em que dois deles poderão ter degenerado em febres hemorrágicas, que estão a ser assistidos no hospital central da Cidade da Praia.
Numa nota de imprensa, assinada pelo ministro da Saúde cabo-verdiano, Basílio Mosso Ramos, desde fins de Setembro até ao passado domingo, as autoridades sanitárias da Cidade da Praia, das ilhas do Maio, Fogo e Brava, as mais próximas de da Santiago, contabilizaram 3.367 casos.
"No entanto, não se pode precisar, quantos, exactamente, correspondem ao dengue", lê-se no documento, em que se acrescenta que desde fins de Setembro que sobretudo as ilhas de Santiago e Maio têm vindo a registar um "aumento significativo" de casos de virose.
Nessa altura, afirma Basílio Ramos, os médicos e demais autoridades sanitárias consideraram estar-se perante uma epidemia de causa desconhecida, "até que chegaram os resultados laboratoriais (do Instituto Pasteur, em Dacar, Senegal) que permitiram isolar o vírus Tipo 3 de dengue".
O Ministério da Saúde cabo-verdiano adianta, porém, que, uma vez confirmada a etiologia e definido o perfil clínico, vai ser possível, de agora em diante, "informar sobre a evolução da epidemia de dengue em Cabo Verde", através de medidas de combate e prevenção da doença.
O Governo criou a Comissão Intersectorial de Luta contra Vectores de Doenças, integrando os ministérios vocacionados, Protecção Civil, Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, Associação Nacional dos Municípios e Representantes das Organizações da Sociedade Civil, com o objectivo de dar maior consistência e eficácia à acção anti-vectorial.
A pedido das autoridades da Cidade da Praia, está já no país uma delegação médica da Organização Mundial de Saúde (OMS) para apoiar as autoridades sanitárias locais na luta contra a epidemia de dengue e de outras doenças originadas por vírus e ainda à Gripe A (H1N1).
Dengue, paludismo, febre-amarela ou chikungunya são algumas das doenças suspeitas por serem todas passíveis de serem transmitidas através de mosquitos, cujo número tem aumentado devido à época das chuvas que se vive no arquipélago.
Ainda no panorama sanitário, Cabo Verde conta com 62 casos confirmados de Gripe A (H1N1), sem que se tenham registado óbitos.
O governo cabo-verdiano ordenou entretanto a todos os hospitais e centros de saúde do país para prepararem as diferentes unidades hospitalares e pediu às câmaras municipais para ajudarem na mobilização de parceiros para apoiarem o financiamento de projectos de saneamento básico e em campanhas de sensibilização das populações.
OJE/LUSA
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.