Na terceira e última reunião deste ano, os altos responsáveis do grupo dos 20 (G20), que inclui os países mais ricos e as maiores economias emergentes, concluíram que a recuperação económica «é desigual» em diferentes regiões e países e ainda depende dos estímulos.
«O processo de retoma do crescimento está agora a começar» e por isso «é demasiado cedo», sustentou o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, em declarações aos jornalistas no final da reunião.
«Se retirarmos essas ajudas demasiado cedo, vamos enfraquecer a economia e o sistema financeiro, o desemprego vai aumentar, mais empresas vão entrar em falência, os défices orçamentais vão agravar-se e o custo final da crise será muito maior», disse Timothy Geithner.
O texto final da reunião atenua, contudo, algumas divergências sobre as ajudas massivas, com a Alemanha França e Rússia a defender um plano conjunto sobre quando os países devedores devem retomar o pagamentos das dividas e o Banco Central Europeu indicou que em breve pode começar a retirar alguma da liquidez cedida ao sistema bancário.
No quadro da reunião, que decorreu na Escócia, também o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para o facto de ser necessário evitar erros cometidos em anteriores recessões, como a de 1929, quando se retiraram demasiado cedo os apoios do Estado, o que atrasou a recuperação.
O FMI defende que as estratégias de retirada dos estímulos devem ser transparentes e comunicadas com clareza e no imediato, além de que devem ser os dados sobre a retoma e a estabilidade dos mercados financeiros a determinar o momento e a forma de o fazer.
Uma das grandes decepções da reunião foi a falta de acordo sobre o financiamento da luta contra as alterações climáticas, apesar do Governo do Reino Unido, país anfitrião, ter enfatizado a importância de avançar nesta matéria, com vista a cimeira de Copenhaga, em Dezembro.
O ministro alemão das finanças, Wolfgang Schaeuble, disse que o acordo foi inviabilizado pela falta de vontade dos países emergentes em contribuir.
«Um grupo desses países deixou claro que não estão dispostos a contribuir, mas já estávamos preparados para isso e era óbvio que os países industrializados vão suportar a grande fatia dos custos», adiantou.
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