domingo, 8 de novembro de 2009

UE:CORRIDA Á PRESIDÊNCIA DA UNIÃO EUROPEIA


A presidência da União Européia estará em discussão na próxima semana durante encontro de diversas autoridades em comemorações dos vinte anos da queda do muro de Berlim. Os primeiros-ministros da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, o conjunto de países chamado de Benelux, e ainda o ex-premier britânico Tony Blair são os principais candidatos, mesmo que alguns deles o neguem e não são candidaturas oficiais.
HILVERSUM-Na Holanda, os jornais destacaram a figura de Jan Peter Balkenende, do Partido Democrata Cristão (CDA), há quase oito anos ocupando o posto de primeiro-ministro. Os comentários por parte de seus partidários é que Balkenende tem bastante experiência e possui as melhores referências para ocupar a presidência e que ´sairia correndo sem vacilar para ocupar o posto´, se lhe perguntassem.
O primeiro-ministro da Bélgica, Herman van Rompuy, tem humor britânico e consegue resolver problemas difíceis. Rompuy conseguiu reunir flamengos e valões depois de muitos meses de crise. A Bélgica é dividida entre os que falam a língua holandesa, os flamengos, e os valões que falam o francês. Rompuy não é conhecido na Europa e está há menos de um ano no cargo. Ele é detestado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy. Os belgas não iram gostar que se afastasse do governo.
Tony Blair
Quem teria mais peso seria o primeiro-ministro britânico Tony Blair. No entanto, ele encontra resistência em seu próprio país. O Partido Conservador já declarou que a escolha de Blair será vista como uma ofensa aos interesses da agremiação e do povo britânico. O partido espera vencer as eleições no próximo ano e Blair na presidência da União Européia poderá atrapalhar as mudanças que os conservadores querem introduzir na economia e políticas sociais do país. Outro ponto que torna Blair mais fraco é o fato de que ele, atualmente, não ocupa nenhum cargo representativo, ao contrário aos outros supostos candidatos.
Luxemburgo
Mesmo desconhecido do grande público, uma candidatura assumida é a do primeiro-ministro do minúsculo Grão Ducado de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker. Ele não escondeu o interesse em presidir a União Européia. "Se fosse chamado, não teria razão para me recusar a ouvir, contanto que haja ideias ambiciosas para o posto", confirmando seu interesse ao cargo durante entrevista ao jornal francês Le Monde. Os comentários de Juncker, o líder da UE há mais tempo no poder, colocam-no ao lado do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair na corrida pelo novo cargo.
Ele tem a vantagem de vir de um país pequeno e, portanto, sem condições de impor mudanças, favorecendo muito seu próprio país. Não assusta os demais com o fantasma de quem controla efetivamente a União Européia.
Os 27 países que compõem a União européia querem que a função de presidente tenha um caráter permanente, com um mandato de dois ou mais anos, substituindo o atual esquema rotativo a cada seis meses. No entanto, o posto de presidente ainda não existe oficialmente, pois o Tratado de Lisboa, que o cria, precisa ainda ser confirmado pelos países do bloco.
Analistas europeus afirmam que os países menores têm mais chance de assumir o cargo, uma vez que não terão grandes interesses nem poder para impor determinadas políticas, favorecendo demais seu próprio país. Nesse sentido, os políticos da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, países que iniciaram o processo de união da Europa, no início dos anos 50, formando a chamada Benelux, levam vantagem sobre outros países maiores ou mais novos na comunidade européia.
Juncker também é ministro das Finanças de Luxemburgo e comanda o grupo de 16 nações que utilizam o euro como moeda. Já fazendo campanha, disse que não se opõe a Blair pessoalmente, mas acredita que a presidência da UE deveria estar com um país profundamente ligado ao bloco.
A Grã-Bretanha, quando governada por Blair, não quis aderir à moeda comum européia, o euro, nem ao Acordo de Schengen, uma área de livre circulação de pessoas. Tanto Blair como o primeiro-ministro da Holanda, Balkenende, apoiaram decididamente a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, ao contrário da França, Alemanha e outros países.
RNW-Por Mário de Freitas da RNW para o Brasil

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