sábado, 12 de dezembro de 2009

Análise da JpD ao OE para 2010: Fartos de programas com nomes bonitos

PRAIA-A Juventude para a Democracia dá nota negativa ao Orçamento de Estado para o próximo ano, principalmente para o sector da juventude. O líder da JpD diz não acreditar nas políticas de criação de emprego e de crescimento económico.
"O governo sempre teve programas bonitos que depois nunca pôs em prática" acusou o presidente da JpD, Miguel Monteiro, durante a conferência de imprensa que serviu para esclarecer a posição da juventude partidária em relação ao Orçamento de Estado para 2010.
Os projectos que o PAICV tem apresentado, de emprego decente ou da criação de um novo banco vocacionado para as franjas desfavorecidas, são considerados, pelo responsável da JpD como tiros de pólvora seca. "Há sempre muitos programas, mas onde é que está a realização no terreno", questionou Monteiro, "2009 também foi considerado o ano nacional da habitação. Alguém sabe apontar alguma mudança", voltou a perguntar o líder da Juventude para a Democracia.
Para Miguel Monteiro, os principais problemas com que se debatem os jovens cabo-verdianos são o desemprego e a falta de apoios à criação de novas empresas. E nem os incentivos prometidos pelo governo convencem o presidente da JpD. "A isenção do IUR por três anos terá poucos reflexos uma vez que as empresas têm resultados negativos no início da actividade. Incentivos à contratação de jovens ou à formação são medidas incipientes que já nos anos anteriores não tiveram resultados. Os estágios remunerados na função pública não são garantia de empregos duradouros e podem ser usados para discriminar os jovens que não são do PAICV. A descida das bolsas de estudo é também uma afronta à vontade de milhares de jovens", criticou.
Quanto às alternativas, Monteiro propôs "a isenção de IUR às empresas de construção civil em 2010, isso faria aumentar a mão-de-obra, teria impacto no custo das habitações, nas remessas dos imigrantes e seria benéfico para a industria de materiais de construção", outros incentivos deviam ser direccionados para os cyber cafés e telecentros privados, "os únicos que ficaram de fora da isenção de direitos aduaneiros para as empresas de telecomunicações e Internet. Devia ser ao contrário para dar algum fôlego aos jovens empreendedores que querem começar estes negócios".
Para a educação, Monteiro adiantou que se o governo não tem capacidade para atribuir bolsas, ao menos que sirva "de garante junto da banca. Que se assuma como avalista junto dos organismos financeiros para que os estudantes possam pedir empréstimos para continuarem a sua formação".
Nenhuma destas propostas chegou ao governo antes da votação do Orçamento de Estado porque, como justificou o presidente da JpD, "este executivo não dialoga. Não fomos convidados para parceiros. E já antes apresentámos ideias que nunca foram aceites".
EXPRESSODASILHAS.SAPO.CV

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