A dinamarquesa Connie Hedegaard(foto) é uma novata no recentemente formado time da Comissão Europeia, o poderoso órgão que projeta as leis e políticas para os 500 milhões de habitantes da UE.
“Esta é uma grande inovação”, disse o presidente da Comissão, José Manuel Barroso. “Temos que tornar a ação em relação ao clima dominante em várias novas áreas políticas e torná-la mais visível. Por isso merece ter uma comissária dedicada. Teremos que continuar trabalhando nisso com os norte-americanos, os chineses, russos, mesmo depois de Copenhague”, complementou, referindo-se à conferência global sobre mudanças climáticas que acontece em dezembro na Dinamarca.
A comissária holandesa, Neelie Kroes, conhecida por enfrentar gigantes como a Microsoft, está voltando para mais cinco anos de trabalho junto à Comissão, pondo as rédeas nas grandes empresas europeias de telecomunicação e na indústria digital. Embora seja um papel menos desafiador, acredita-se que ganhe mais importância com o crescimento das questões sobre direitos autorais.
Tática de poder
O presidente da Comissão, José Manuel Barroso, estava visivelmente satisfeito quando divulgou os novos nomes na última sexta-feira, depois de semanas de negociações de bastidores e especulações. Numa resposta aos rumores de que ele estava sob forte pressão de capitais nacionais, ele disse: “Sou eu quem decide sobre estas posições. E não se trata de uma decisão sobre países, mas sobre indivíduos.”
Barroso manobrou habilmente as expectativas da França e da Alemanha oferecendo dois dos postos mais cobiçados – economia e competição – ao finlandês Olli Rehn e ao espanhol Joaquin Almunia, respectivamente. Berlim e Paris estavam em forte campanha para estas posições chave como maneira de aumentar sua influência, mas ao invés disso receberam os postos de energia e mercado interno.
Barroso também conseguiu, com sucesso, reunir mais mulheres na Comissão. Há apenas três semanas, havia apenas três comissárias, um número que agora subiu para nove. Em entrevista à Radio Nederland no mês passado, Neelie Kroes disse que era “essencial” que as mulheres estivessem representadas nestes postos de liderança, uma vez que as mulheres representam 52% da população da União Europeia.
Passado controlado
Entretanto, a nova equipa ainda não está totalmente aprovado. O Parlamento Europeu tem o poder de rejeitar as indicações e prometeu controlar cada um dos comissários durante as audiências no mês que vem.
Em particular, seus membros podem ter problemas com as alegadas ligações comunistas dos comissários tcheco e húngaro. A nova ‘chefe’ de Relações Exteriores da UE e vice-presidente da Comissão, Catherine Ashton, também deve enfrentar críticas por seu papel em um movimento de extrema-esquerda, anti-nuclear, do qual participou na juventude.
RNW-Por Vanessa Mock
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