O governo holandês decidiu construir um novo reactor nuclear para fins médicos. Duas províncias estão na corrida para construir o reactor que substituirá o existente na cidade costeira de Petten. As províncias de Zeeland e Noord Holland têm ambas um orçamento de 40 milhões de euros para os custos de desenvolvimento do projecto, licenças e pesquisa. O governo ainda não decidiu em qual das duas localizações será construído o novo reactor.
O reactor em Petten produz isótopos que são utilizados para o tratamento de câncro, problemas cardíacos e doenças ósseas. Ele já tem 50 anos e, há algum tempo, tem tido problemas com o sistema de resfriamento de água. Reparos no sistema foram adiados para garantir o fornecimento constante de isótopos enquanto o reactor canadiano Chalk Rivers teve que ser fechado para reparos depois de um vazamento. Agora é o reactor holandês que deverá fechar para reparos em março de 2010.
Petten fornece 30% dos isótopos do mundo e o reactor canadiano produz cerca de metade dos isótopos medicinais do mundo. O reactor no Canadá deve voltar a funcionar no início do ano que vem.
Na frente
O governo acredita que a produção de isótopos é tão importante que quer que a Holanda continue a estar na frente neste campo. O novo reactor custará 500 milhões de euros. As duas províncias recusam-se a competir entre si e concordaram que quem ganhar compensará a outra pelas despesas que teve. O governo irá financiar metade do projecto e o grupo de pesquisa e consultoria nuclear NRG, que administra o reactor, financiará o restante.
Greenpeace
Num programa da Radio Nederland, Ike Teulings, da organização ambiental Greenpeace, disse que está feliz com o encerramento do reactor de Petten, mas adicionou que não era necessário construir um novo reactor. “Isótopos medicinais podem ser facilmente produzidos em aceleradores de partículas. Isso já está sendo feito em larga escala para produzir isótopos de ‘vida curta’, que são produzidos próximo a hospitais.”
O Greenpeace acredita que 80% dos isótopos podem ser produzidos em aceleradores de partículas - ou cyclotrons -, tornando possível o fechamento de quatro ou cinco reactores no mundo onde eles são actualmente produzidos.
A porta-voz da empresa NRG, Juliette van der Laan, discorda: “Não nestas quantidades e certamente não com a mesma qualidade dos isótopos produzidos por um reator.”
RNW
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