quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ONG:2,1 milhões de mortos desde 2006 por falta de um tratado sobre comércio de armas



Mais de dois milhões de pessoas perderam a vida em conflitos armados desde 2006 devido à "extrema lentidão" dos preparativos de um tratado sobre comércio das armas convencionais, segundo uma coligação de organizações humanitárias.


"As discussões para estabelecer um tratado internacional eficaz sobre comércio de armas convencionais progridem com extrema lentidão devido a interesses pessoais e tácticas dilatórias de alguns dos mais importantes negociantes de armas", lê-se num comunicado da organização Oxfam, que hoje publicou um relatório intitulado "Morrer por Acção".
Segundo este documento, elaborado com outras 11 organizações da campanha internacional "Controlo das Armas", cerca de 2,1 milhões de pessoas foram mortas e dezenas de milhões de outras foram feridas, deslocadas ou empobrecidas desde Dezembro de 2006, quando a comunidade internacional reconheceu "a necessidade de regular o comércio de armas".
A coligação lança "um apelo urgente" para a conclusão rápida de um acordo antes da reunião de lançamento das negociações formais para um tratado regulador do comércio das armas (ATT) marcada para este mês na ONU.
"O mundo não pode permitir-se esperar mais tempo e o tratado deverá estar concluído o mais tardar antes do fim de 2012", prossegue o comunicado, que preconiza um texto "sólido" que limite os fluxos de armas e munições e "impeça as vendas de armas que engendram pobreza, conflitos e infracções aos direitos do homem".

O relatório precisa que os 2,1 milhões de mortos, vítimas directas ou indirectas de conflitos armados, são em muito grande maioria civis, nomeadamente no Afeganistão, Somália, Sudão e Sri Lanka.
Mas "este ano, a guerra mais mortífera do mundo, na República Democrática do Congo (RDC), piorou, o que fez aumentar muito os números", refere a coligação sem avançar números.
A criminalidade provocou mais mortos do que antes, sendo a América Latina e a África subsariana as regiões mais afectadas. "A violência armada ceifa diariamente 2 000 vidas", segundo o comunicado.
"Devemos mudar o sistema actual, em que não existe nenhum controlo mundial eficaz do comércio de armas e no qual negociantes de armamentos sem escrúpulos podem tão facilmente enviar armas para as piores zonas de conflito do mundo", afirmou Jeremy Hobbs, director-geral da Oxfam internacional.
OJE/LUSA.PT

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