PRAIA-Cabo Verde é o único país seleccionado pelos EUA para o segundo compacto de apoio financeiro ao desenvolvimento do arquipélago, segundo a embaixadora norte-americana na Cidade da Praia.
Marianne Myles sublinha que a decisão, tomada quarta-feira em Washington pela administração do Millennium Challenge Corporation (MCA), confere "grande credibilidade" pela transparência da acção governativa, facto que ficou "provado" pela execução quase total do primeiro pacote, no valor de 110 milhões de dólares (cerca de 75 milhões de euros), e que termina em 2010.
Segundo a diplomata norte-americana o organismo de assistência pública internacional do Governo dos EUA acabou por reconhecer o "esforço" do Executivo de José Maria Neve "na procura de um desenvolvimento sustentado, no quadro de Estado de Direito Democrático, da Boa Governação e dos Direitos Humanos".
Marianne Myles adianta que o novo compacto (o primeiro teve início em 2004) começará a ser analisado a partir de Janeiro de 2010, em Washington, realçando que Cabo Verde "cumpriu todos os requisitos" na execução do primeiro pacote.
Cabo Verde, acrescenta, acabou também por exceder as expectativas ao cumprir os 17 requisitos "economicamente mais exigentes" impostos pelo Governo norte-americano para um país de rendimento médio, a que o arquipélago ascendeu em 2008.
"Apesar de estarem três países seleccionados, Cabo Verde é o único a obter um segundo compacto. Isso diz muito. Cumpriu os objectivos com uma boa governação, alta transparência, baixa corrupção e grande respeito pelos Direitos Humanos".
A ministra das Finanças cabo-verdiana, Cristina Duarte, mostrou-se "bastante satisfeita" com a decisão do MCC, que em Cabo Verde é assessorado pelo Millennium Challenge Account (MCA), sublinhando que o Governo apresentou uma proposta para o financiamento dos vários projectos a desenvolver nesse âmbito superior à do anterior compacto. "O segundo compacto será inovador e deverá encorajar as parcerias público-privadas, a manutenção de fundos de contrapartida, bem como de outros fundos complementares de parceiros".
Os projectos estão ligados à construção e reabilitação de infra-estruturas, ambiente, conservação dos solos, mobilização de água, agricultura, formação profissional em vários domínios, bem como às reformas a nível institucional e económico.
"Bastante satisfeito" está também o ministro do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos de Cabo Verde, José Maria Veiga, que em declarações à Lusa sublinhou o esforço feito pelo seu ministério na execução dos projectos. "Quem semeia, colhe", acrescenta, indicando que vai tentar agora ver aprovados os financiamentos para os grandes desafios que o país em frente no sector ambiental e agrícola.
OJE/LUSA
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