PRAIA-O ministro da Justiça da Guiné-Bissau, Mamadu Djalo Pires, disse hoje que a maior fragilidade do país no combate ao narcotráfico é no arquipélago dos Bijagós, utilizado como depósito de droga pelos traficantes antes de chegarem ao continente.
"A maior fragilidade que nós temos é nas ilhas, muitas delas desabitadas, mas ainda assim os narcotraficantes utilizam-nas como depósito e depois transportam (a droga) para o continente", afirmou o ministro da Justiça guineense, em declarações à Lusa.
"Por outro lado, mesmo naquelas que são habitadas a presença do Estado é fraca, ou em alguns casos inexistente", salientou.
"Aliás, é uma fragilidade que vem de longe e continua a ser uma fragilidade a nível da actuação das instituições do Estado nesse combate ao tráfico de droga", referiu Mamadu Djalo Pires.
Segundo o ministro, o Governo está a trabalhar actualmente para a "descentralização e colocação de inspectores ou brigadas nas zonas das ilhas".
Mas, defendeu, é preciso "apoio em termos de meios de transporte rápidos entre o continente e as ilhas para permitir à Polícia Judiciária, não só situar a sua actuação ao nível do continente, mas também privilegiar as ilhas".
"No quadro da cooperação, estamos agora a trabalhar com os EUA na perspectiva de conseguirmos um financiamento para a aquisição de uma ou duas vedetas rápidas", adiantou.
O ministro da Justiça reconheceu também que os narcotraficantes mudaram o "modus operandi", mas continuam na sub-região.
"A ameaça continua para toda a sub-região, isso sem dúvida, apesar de um abrandamento que nós registamos em termos de apreensões", afirmou.
"Nós continuamos a trabalhar no sentido de combater e prevenir, porque apesar de nos últimos tempos haver alguma acalmia no nosso território em termos de tráfico de droga não nos faz dormir debaixo da sombra da bananeira", avisou Mamadu Djalo Pires.
A Guiné-Bissau é apontada pela ONU como um dos países mais utilizados pelos traficantes da América Latina, para fazer entrar droga na Europa.
OJE/LUSA
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