O partido trabalhista, PvdA, é um dos que está neste grupo. Respondendo à pergunta se a coligação seria difícil, o líder do PvdA, Job Cohen, disse: “Pode ser, é verdade. Estamos muito distantes em alguns pontos e isso vai exigir que nós nos encaremos seriamente, olho no olho.”
Unidade nacional
Outra opção para a coligação é o chamado governo de unidade nacional, que incluiria o partido liberal de direita VVD, o cristão-democrata CDA e o partido trabalhista, PvdA. Neste estágio os líderes dos partidos têm sido relutantes em falar sobre esta como uma solução realista, uma vez que inclui PvdA e CDA e os dois eram parte do último governo, que entrou em desacordo e caiu.
Uma semana perdida
Como sempre, aproximar as diferenças será fundamental. Não é incomum que a formação de uma coligação na Holanda leve semanas ou até meses, mas mesmo os analistas mais experientes dizem que a actual situação é extremamente complexa. E considerando a actual crise económica, surgiram críticas de que uma semana de negociações foi perdida tentando formar uma coligação com Geert Wilders que nunca teve suficiente apoio político.
O partido liberal VVD, vencedor das eleições parlamentares da semana passada, era o único partido que considerava governar com Wilders e seu Partido da Liberdade (PVV), cuja principal bandeira é a política anti-imigração. O VVD concorda com algumas das propostas do PVV com respeito a imigração e integração, ainda que não com o tom com o qual Wilders as apresenta.
Três para formar um par
Mas no caso destas negociações de coligação, seriam preciso três para formar um par, uma vez que VVD e PVV juntos não teriam maioria no parlamento. E o terceiro partido, o cristão-democrata CDA, não estava interessado.
Frits Kothals Altes, do VVD, ajudou a formar a coligação da última vez que o VVD participou do governo, em 2003. Ele concorda que o líder do VVD, Mark Rutte, tinha que tentar formar uma coligação com o PVV, mantendo a tradição de que o maior vencedor tem que ser a primeira opção. Mas Korthals Altes não compreende porque as negociações levaram quatro dias apenas entre os dois partidos.
“Você precisa sentar na mesa com três, se quer governar com três. Conversar só entre dois partidos não faz muito sentido.”
CDA insultado
O senador do CDA, Hans Hillen, concorda que Woofers merecia ser levado a sério. Mas ele não se surpreende que o novo líder do CDA, Máximo Viragem, estivesse relutante em se juntar às conversas de coligação.
”Woofers chamou-nos de loucos constantemente nos últimos cinco anos, disse que nossa política não fazia sentido, que éramos retardados, que tínhamos bebido demais, que éramos limitados, idiotas, usou os piores termos contra o CDA. Não se pode esperar que o CDA, no momento em que o PVV por acaso formaria maioria com o VVD e CDA, fique de repente contente por poder participar.”
Os problemas que o CDA enfrentaria governando com o PVV são mais fundamentais. Em contraste com o VVD, o CDA está mais em desacordo com as posições anti-islão e anti-imigração de Geert Wilders. Formar uma coligação com o PVV levaria os cristãos-democratas a uma crise de identidade.
PVV Forte
A distância política entre Geert Wilders e os outros partidos é muito maior do que entre VVD e CDA, por isso ele agora está destinado à bancada de oposição.
Mas o PVV, com seus 25 representantes, forma um bloco considerável num parlamento de 150 cadeiras, e embora não vá fazer parte do governo, permanecerá sendo uma potência na política holandesa.
Agora, acredita-se que quatro partidos poderão formar uma ‘coligação roxa plus’ - coligação roxa é o nome dado às coligações entre PvdA, VVD e D66 (sem os democratas-cristãos). Neste caso, ‘plus’ porque incluiria também o partido verde, Groen Links.
Com RNW( John Tyler)
Foto: ANP
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.