sábado, 19 de junho de 2010

PORTUGAL:90% do investimento da EDP é para as renováveis, diz administrador João Manso Neto

LISBOA-O plano de investimentos da EDP é quase na totalidade dedicado às energias renováveis, "excedendo os 90 por cento", afirma o administrador João Manso Neto.
"A percentagem de energias renováveis excede os 90% no plano de investimentos da EDP, estamos a falar de eólicas em todo o mundo. Somos a terceira companhia eólica mundial, mais fortes em Espanha e nos EUA, mas também em Portugal, na Polónia e na Roménia", afirma o administrador da EDP.
Manso Neto falava à margem de uma conferência organizada pelo jornal Sol, dedicada ao tema Ambiente, Economia e Empresas, que decorre no Museu da Electricidade, em Lisboa.
A tendência mundial para as energias renováveis parte do conceito de economia sustentável, "que proteja o ambiente, que viabilize o investimento e o crescimento dos países em desenvolvimento e que não danifique as indústrias dos países centrais", considera o administrador da eléctrica portuguesa.
"As renováveis vão ter um papel muito importante, acabarão a prazo por ser, algumas delas, competitivas, com o aumento dos preços dos combustíveis fósseis e do preço do dióxido de carbono", diz João Manso Neto. "Se soubermos fazer os investimentos em renováveis a cada momento, escolhendo as que já estão maduras, vamos ter um sistema produtivo que acaba por ser mais barato, a prazo, que o sistema produtivo tradicional baseado no petróleo e no carvão".
O administrador, que não tem dúvidas em afirmar que a EDP é a empresa europeia que mais investe nas hídricas, apresentou na conferência os planos de futuro, lembrando que existem actualmente seis projectos em construção e mais cinco a lançar nos próximos dois anos, num programa hídrico de 3.000 megawatts.
Questionado sobre as propostas alternativas apresentadas pela EDP para a futura barragem do Tua, que teve a declaração de impacto ambiental favorável condicionada, impondo à empresa a apresentação de várias soluções alternativas, Manso Neto afirma que não lhe compete divulgar publicamente o que foi proposto, remetendo para o Governo.
A agência de notação financeira Fitch manteve o rating e o outlook da EDP estável, o que, para Manso Neto, "é motivo de satisfação, porque não é só bom ser, mas também convencer os outros, e estamos a saber convencer daquilo que somos, uma empresa com muito potencial, com muito crescimento mas também com baixo risco".
OJE/LUSA

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