SÃO PAULO-O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta segunda-feira (19) a violência que deixou ao menos 17 mortos nos confrontos entre policiais e traficantes no Rio de Janeiro, e disse que o governo federal dará toda "ajuda possível" às autoridades fluminenses no combate ao narcotráfico.
Em encontro em São Paulo com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, Lula também disse considerar, sem dar mais detalhes, a criação de um conselho sul-americano para o combate ao tráfico de drogas.
"Vamos fazer o que for necessário para limpar a sujeira que essa gente deixa no Brasil inteiro", disse o presidente em entrevista coletiva ao lado do colega colombiano. Ele lamentou que "meia dúzia de pessoas consigam ser chefes de meia dúzia de pessoas criando uma imagem negativa e vitimando inocentes no Brasil."
Segundo Lula, o governo federal ofereceu ao Rio de Janeiro o envio da Força Nacional de Segurança, mas a oferta foi recusada pelas autoridades fluminenses.
Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que o presidente prometeu US$ 100 milhões ao Estado para ajudar a equipar as forças de segurança fluminenses.
O conflito no Morro dos Macacos, zona norte do Rio, começou na madrugada de sábado, quando traficantes de facções criminosas rivais entraram em confronto na favela entre si e com a polícia. Um helicóptero da PM foi atingido por supostos traficantes e dois policiais morreram no local.
Nesta segunda-feira, um terceiro policial, que ficou gravemente ferido após o pouso forçado do helicóptero em um campo de futebol, também morreu.
Desde o início dos confrontos, ao menos 14 suspeitos traficantes morreram, segundo as autoridades de segurança do Estado.
A polícia do Rio de Janeiro realiza nesta segunda-feira várias ações coordenadas em pelo menos seis favelas da zona norte da capital, com 4 mil homens de prontidão.
Os policiais investigam se a ordem para a invasão ao Morro dos Macacos partiu do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, onde estão presos chefes do tráfico de drogas na cidade.
Bases militares
Perguntado se ainda estava incomodado com a questão do acordo para implementar bases militares americanas na Colômbia, Lula disse que é preciso aprender a respeitar a soberania dos outros países e que conversou com Uribe e com o presidente Obama sobre o tema. Falou também que propôs que todos os países mostrassem na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) seus acordos militares para que "não haja segredo".
GLOBO.COM
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