sábado, 3 de outubro de 2009

CPLP:CPLP "extremamente preocupada" com risco de guerra civil


LISBOA-A CPLP está "extremamente preocupada" com a situação na Guiné-Conacri, disse hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português, alertando para o risco de guerra civil que pode levar muitos refugiados à vizinha Guiné-Bissau.

"A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e nós [Portugal], enquanto presidência, estamos extremamente preocupados[...]. Há uma situação de grande fragilidade na Guiné-Conacri e um risco real de guerra civil se não houver uma atitude de grande responsabilidade dos actores políticos, principalmente de Mussa Dadis Camará, cuja candidatura à presidência da República em Janeiro de 2010 não seria aceitável pela comunidade internacional", disse João Cravinho à agência Lusa.
Pelo menos 157 pessoas foram alegadamente mortas segunda-feira, no maior estádio de Conacri, pelas forças militares quando participavam numa manifestação de protesto contra o dirigente da junta militar que tomou o poder em Dezembro, capitão Mussa Dadis Camará.
Para João Cravinho, que falava à agência Lusa à margem de uma conferência sobre os 30 anos das relações luso-chinesas, a comunidade internacional condena o uso da força e considera "inaceitável" a possibilidade de o actual Presidente, que ocupa o cargo em resultado de um golpe de estado, se candidatar à Presidência da República.
O secretário de Estad dos Negócios Estrangeiros e Cooperação adiantou ainda ter transmitido terça-feira esta posição ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Conacri, com quem se reuniu à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
João Cravinho apontou também a "situação extremamente difícil" em que se encontra a Guiné-Bissau, país vizinho e membro da CPLP, e manifestou o empenho da comunidade de países lusófonos "no contexto da comunidade internacional para promover uma solução pacífica no país".
"No que toca à Guiné-Bissau, a situação é extremamente difícil porque a Guiné-Conacri, entre outras coisas, em função de conflitos na região, em países como a Libéria ou a Serra Leoa, tem um muito elevado número de refugiados de outros países. Ora, se houver guerra civil é possível que muitos desses refugiados procurarão ir para a Guiné-Bissau, que já vive uma situação de grande fragilidade e precariedade" sublinhou.
DN.PT/LUSA.PT

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