sábado, 10 de outubro de 2009

CV:Hospital Psiquiátrico da Trindade realizou cerca de 11 mil consultas em 2008


PRAIA-O Serviço de Psiquiatria do Hospital Agostinho Neto realizou, em 2008, na sua extensão na Trindade (ilha de Santiago), cerca de 11 mil consultas externas, na sua maioria efectuadas pelos serviços de medicina, seguido de psiquiatria e psicologia, um panorama que, de acordo com os responsáveis, tende a aumentar durante 2009.

A afirmação é do director daquele Serviço Psiquiátrico, o clínico João Miguel Vaz, tendo apontado que no total, foram atendidos 10 mil 991 doentes dos quais dois mil 982 na psiquiatria, seis mil 267 na medicina e mil 742 na psicologia.
Em termos de internamento, o hospital recebeu três mil 767 doentes, sendo 367 homens e 108 mulheres e neste momento apesar da enfermaria estar a passar por um processo de reestruturação, mantém internados 30 pacientes.
“Sempre tentamos manter os pacientes internados o menos tempo possível desde que não constituem perigo para com a comunidade, e por isso, muitas vezes o número pode variar. Por exemplo, agora temos cá dentro cerca de 36 pacientes”, explicou o clínico.
Conforme avançou Miguel Vaz, a reestruturação da enfermaria está a acontecer em todos os sectores, visando criar condições básicas de atendimento e melhorar a assistência aos pacientes.
Todavia, referiu que tem vindo a confrontar com outras dificuldades, sobretudo em relação aos recursos humanos, onde existe algum défice em termos de técnicos e pessoal comum.
Mesmo assim, o facto de poderem contar com quatro psiquiatras, quatro clínicos e dez enfermeiros, leva esse responsável a considerar que a situação é razoável, sem descartar contudo, a necessidade de se reforçar a equipa pelo menos com mais um psicólogo, uma terapeuta ocupacional.
Defende ainda, a necessidade de se contratar também pessoal de segurança, de modo a se garantir a segurança local.
Conforme apurou a Inforpress, a enfermaria possui cerca de 40 camas, distribuídas em duas alas, uma masculina e outra feminina. Dispõe ainda de refeitório, espaço para actividades de lazer, salas de cuidados pessoais e sala de terapia ocupacional orientada por um monitor, bem como um polivalente desportivo.
Miguel Vaz alerta entretanto, para o facto de se estar a lidar com uma área muito sensível. “Tratar de pessoas com distúrbios mentais não é algo muito fácil, tanto para o próprio doente, como para as famílias e os responsáveis da saúde”, sublinha esse responsável, quem aponta ainda como factores que estão intimamente ligados a esse processo, os casos da violência, transtornos alimentares e comportamentais, alcoolismo, entre outros.
Assim em jeito de paráfrase, aquele clínico recomenda no entanto que, na ilha de Santiago, precisa-se dar um pouco mais de atenção aos doentes na rua no sentido de se melhorar um pouco a sua fisionomia.
Realça, por outro lado, que há necessidade de se integrar a saúde mental no rol dos cuidados primários, “para que possamos garantir melhores tratamentos, evitar preconceitos e descriminações que muitas das vezes é feito pelo próprio sistema de saúde”.
Todavia, é de opinião que esse facto carece de um trabalho conjunto entre as famílias, os técnicos da área e os responsáveis da política nacional de saúde.
INFORPRESS

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