quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FRANÇA:Confissões sexuais de ministro francês viram polêmica


PARIS-A atração por jovens tailandeses que se prostituem e outras confissões sexuais do ministro francês da cultura, Frédéric Mitterand, reveladas em um livro publicado em 2005, se tornaram o mais novo escândalo político na França.

O livro polêmico, um best-seller na época do lançamento, voltou à tona depois que o partido de extrema-direita Frente Nacional, decidiu relembrar as passagens da autobiografia de Frédéric Mitterrand para condenar o facto de o actual ministro francês da Cultura ter defendido o cineasta Roman Polanski, preso na Suíça. Polanski é acusado de pedofilia por ter mantido relações sexuais com uma jovem de 13 anos, nos Estados Unidos.
No romance autobiográfico, “La mauvaise vie“ ( “A vida libertina”, em uma tradução livre do francês), Mitterrand revela que sentiu desejo por jovens tailandeses durante uma viagem que realizou ao pais asiático, um dos mais famosos destinos de turismo sexual do planeta.
O atual ministro falou de sua atração por esta actividade clandestina e pelo sexo pago e descreve as casas de prostituição tailandesas, onde jovens garotos desfilam para homens do mundo inteiro. Ele também confessou que sentiu um desejo incontrolável pelos rapazes.

O próprio Mitterrand admite, no livro, que é consciente da situação. "Mas isso não me impede de retornar lá. Todos estes rituais, de mercado de belos e jovens escravos, me excitam muito. A profusão de jovens rapazes muito atraentes e disponíveis despertaram em mim um estado de desejo que eu não preciso mais frear ou ocultar", escreveu o autor.
Repercussões
Em sua estratégia de colocar o presidente Sarkozy em situação delicada, a extrema-direita conquistou um apoio inesperado da oposição de esquerda.
O porta-voz do Partido Socialista, Benoît Hamon, considera "extremamente chocante" que um homem possa justificar o turismo sexual, mesmo através de um texto literário.
O Palácio do Eliseu emitiu uma nota defendendo o ministro, na qual afirma que cabe a ele dar explicações sobre sua vida privada e que o uso político de declarações pessoais é "deplorável".
Frédéric Mitterrand assumiu o ministério da Cultura em junho deste ano e sua nomeação é considerada uma indicação da primeira-dama Carla Bruni-Sarkozy, de quem é considerado muito próximo.
RFI para o Brasil

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