CONACRI-Uma companhia chinesa está em conversações com o Governo militar sobre um vasto projecto de investimento que poderá tornar o país financeiramente independente do Ocidente, afirma o jornal britânico, Financial Times.
A notícia é avançada no mesmo dia em que se realiza, em Conacri, uma greve em sinal de luto pelos manifestantes há duas semanas mortos a tiro pelo Exército.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, reúnem-se hoje na capital nigeriana, Abuja, com representantes dos militares e da oposição guineenses para tentar resolver a crise.
O ministro guineense das Minas, Mohamed Thiam, disse ao diário britânico, The Financial Times, que a companhia em questão - o Fundo Internacional da China - poderá investir até sete mil milhões de dólares nos sectores mineiro, petrolífero, Transportes e Construção Civil.
Independência
A concretizar-se, esta parceria representaria um dos maiores investimentos chineses de sempre num país africano e forneceria à junta militar do capitão Camara suficiente independência financeira para não ceder a pressões diplomáticas dos doadores ocidentais.
Os militares na Guiné-Conacri têm vindo a ser alvo de denúncias generalizadas da comunidade internacional por terem tomado o poder horas depois da morte no ano passado do presidente Lansana Conté.
Há duas semanas, o massacre a tiro de mais de uma centena de manifestantes da oposição que haviam inundado o centro de Conacri para protestarem contra uma eventual candidatura de Camara às eleições presidenciais, veio agravar a situação.
A Guiné-Conacri detém um terço dos recursos mundiais de bauxite, a matéria-prima do alumínio, bem como quantidades astronómicas de ouro, ferro e urânio.
BBC PORTUGUÊS PARA AFRICA
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