COPENHAGUE-Com o reforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o time brasileiro em Copenhague mostrou estar bem entrosado na última apresentação antes da eleição do Comitê Olímpico Internacional (COI), nesta sexta-feira. A candidatura carioca usou seu mais forte argumento - o de que os Jogos Olímpicos nunca foram para a América do Sul - e mostrou um pouco do que o Rio de Janeiro tem a oferecer. E se o presidente americano, Barack Obama, deu boas-vindas ao mundo no coração da América, os cariocas lembraram que os braços do Cristo Redentor, que sempre estiveram abertos, agora querem abraçar as Olimpíadas de 2016.
- O desafio é outro: expandir as Olimpíadas para outro continente, acender a pira olímpica em um país tropical, na mais linda cidade - disse Lula.
Presidente de honra da Fifa, João Havelange foi o primeiro a falar e lembrou que uma vitória do Rio de Janeiro celebraria seu 100º aniversário. Havelange, assim como Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), é membro do COI e não tem direito a voto na primeira rodada.
Havelange passou a bola para Nuzman, que fez breves saudações em francês.
- O Brasil está mais ativo do que nunca no cenário global. O movimento olímpico tenta alcançar os jovens no mundo. Todos somos parte da mesma equipe que organizou os Jogos Pan-Americanos de 2007. Na era moderna, serão 30 Jogos na Europa, cinco na Ásia, dois Oceania. Queremos trazer os Jogos para a América do Sul, abrir as portas de um novo continente para carregar o movimento olímpico.
Nuzman convidou os membros do COI a sentirem “um gostinho do que o Rio oferece”. Um vídeo, ao som de “Aquele Abraço”, entrou no telão e, nele, apareceram belas imagens de praias, futebol, samba, funk - mas não de favelas - e, claro, de conquistas brasileiras no esporte.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o pré-sal é um dos trunfos brasileiros. O governador, Sérgio Cabral, e o prefeito, Eduardo Paes, lembraram a integração das três esferas do governo e que a Copa do Mundo de 2014 vai ajudar na organização dos Jogos Olímpicos.
- A Copa do Mundo servirá de trampolim para os Jogos – disse Paes.
Pelé recebe aplausos no Belle Center Usando um colar laranja, a bela Isabel Swan, velejadora que em Pequim conquistou o bronze na classe 470, disse aos membros do COI que o Rio de Janeiro é sua casa. Pediu aplausos a Pelé, que assistia a tudo ali ao lado. E contou as histórias de superação do nadador paraolímpico Daniel Dias e de Bárbara Leôncio, revelação do atletismo. Foi então que o protagonista entrou no palco.
- Com muito orgulho, represento aqui as esperanças e sonhos de mais de 190 milhões de brasileiros. Somos um povo apaixonado pelo esporte. Olhando para os cinco aros olímpicos, vejo neles o meu país. Não só somos um povo misturado, mas um povo que gosta muito de ser misturado. Digo com muita franqueza: chegou a nossa hora. Entre as dez economias do mundo, somos o único país que nunca recebeu os Jogos. Essa decisão abrirá uma nova fronteira. O desafio do COI é outro: expandir as Olimpíadas para outro continente, acender a pira olímpica em um país tropical, na mais linda cidade.
Lula saiu de cena, e, no telão, mais um vídeo, com o tema: "a paixão nos une". Do outro lado do Atlântico, o sol, que andava se escondendo nos últimos dias, apareceu no Rio de Janeiro. Na Praia de Copacabana, um palco com dois grandes telões estava armado para a festa do anúncio.
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