O navio Príncipe, comprado pelo Governo são-tomense para assegurar a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, foi oficialmente entregue pela construtora espanhola Aresa Boat.
A embarcação, que custou mais de um milhão de dólares (674.000 euros), foi desenhada e construída de raiz, adaptada aos mares do arquipélago, e tem capacidade para transportar em segurança 63 passageiros e cargas.
A empresa são-tomense de administração dos Portos (ENAPOR) irá explorar a gestão do navio de 21,8 metros de comprimento, equipado com dois motores de 1.000 cavalos cada e com velocidade de 25 nós. O navio está apetrechado com sala VIP, bar e quatro camas para doentes e deficientes físicos.
O Governo são-tomense considera o navio como "parte do esforço contínuo e dinâmica que tem empreendido para quebrar o ritmo de sonhos adiados". As "circunstâncias que o país conheceu, o adiamento de muitos sonhos e a concretização deste sonho hoje é motivo mais do que suficiente para alegria", sublinhou o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Rafael Branco, que aproveitou o momento para lançar um desafio à empresa construtora. "Não basta este barco. Instalem-se aqui, que não faltarão apoios do Governo".
Por seu turno o Presidente da República, Fradique de Menezes, alertou para os sucessivos erros cometidos na compra e modelo de gestão aplicado aos bens do Estado e considera o navio Príncipe património da ilha que tem o mesmo nome. "Isto é uma proposta para reflectirmos, que o navio seja mais uma propriedade da Região do Príncipe", disse, lembrando que foi na sequência do naufrágio do navio Thereze, há pouco mais de um ano (que causou mais de 40 mortos e desaparecidos), que se decidiu comprar a nova embarcação.
O presidente de Conselho da Administração da ENAPOR, Manuel Diogo, prometeu uma "gestão criteriosa da unidade", devido o seu papel social e humanitário relativamente aos compatriotas que residem na Região Autónoma do Príncipe. "Vamos fazer um estudo de viabilidade sobre o tarifário, que será submetido ao Governo para reflexão e daí criar uma equipa para gestão".
A ligação entre as duas ilhas, separadas por 150 quilómetros de mar, demora, no máximo, cinco horas
A compra da embarcação só foi possível com participação financeira da Adax Petroleum.
O navio Príncipe chegou ao porto de São Tomé há cinco dias, tendo feito viagem de Espanha (onde foi construído), com duas escalas, em Gibraltar e Senegal, respectivamente.
OJE/LUSA.PT
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar com elegância e com respeito para o próximo.