PRAIA-Passados 37 anos após o assassinato de Amílcar Cabral, o líder da luta contra o colonialismo português, em todo o país realizam-se homenagens àqueles que tombaram para que hoje fossemos independentes. Neste 20 de Janeiro, dia dos Heróis Nacionais, várias palestras e conferências relembram os factos históricos que conduziram à independência e outras buscam no pensamento de Cabral princípios inspiradores para projectarem mudanças sociais, políticas e educacionais. A direcção do Liceu Amílcar Cabral, na cidade de Assomada, convidou o primeiro-ministro José Maria Neves para falar do ideal transformador do patrono daquele estabelecimento na manhã deste dia 20 de Janeiro. O jurista e deputado nacional David H. Almada também vai discorrer sobre a “actualidade do pensamento de Amílcar Cabral” na mesa redonda organizada pelos professores e alunos da cidade de Assomada.
Em todo o país, hoje há palestras, comemorações, actividades culturais para lembrar os homens que continuam a inspirar os jovens a desafiar o destino e a construir um futuro melhor. Sim, porque Amílcar Cabral e os outros heróis nacionais são exemplos para as diversas gerações que trabalham para desenvolver este país.
Neste momento de relembrar os feitos históricos e de pensar o futuro, a Universidade Santiago convocou ontem vários professores e investigadores a fazerem uma releitura dos ideais de Cabral e do pedagogo brasileiro Paulo Freire, numa conferência em que a educação não foi esquecida como meio de mudança social, política e económica.
Já a Presidência da República convidou os embaixadores Horácio Sevilla Borja, equatoriano, e Folke Lofgren, sueco, integrantes da missão da ONU que visitou as zonas libertadas da Guiné-Bissau em 1972, para falarem nesta terça feira desse momento histórico decisivo na luta diplomática para a nossa independência. É que com base nos resultados da missão, o Conselho de Segurança da ONU, através de uma resolução de Novembro de 1972, exigia ao Governo português a aplicação das disposições da Carta das Nações Unidas e da Resolução A/1514 da Assembleia Geral e que estipulava que era necessário encetar negociações com os representantes dos povos de Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e de Moçambique, a fim de se adoptar uma solução para os conflitos armados que devastavam os territórios e lhes permitisse alcançar a autodeterminação.
Essa vitória diplomática do PAIGC acabou por influenciar positivamente a luta dos demais movimentos de libertação. O PAIGC acabou por declarar de forma unilateral a independência da Guiné-Bissau, o que viria a acontecer em Setembro do ano seguinte.
Outro acto histórico relembrado nesta terça-feira na ilha do Fogo foio Acordo de Lisboa, assinado em Dezembro de 1974 e que estabeleceu o calendário e parâmetros para a declaração da independência.
Esse dia 20 de Janeiro é, aliás, dedicado à festa, mas também à reflexão sobre ganhos e desafios que temos pela frente quando o país está perto de comemorar o 35º aniversário da independência.
ASEMANA.CV
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