sábado, 23 de janeiro de 2010

CV DIÁSPORA:“20 DE JANEIRO” CELEBRADO NA HOLANDA


                                   LUIS FORTES E ANITA FARIA 

Roterdão, 22 Janeiro - A Fundação “Cabo Verde - Os Amigos”, com apoios de outras organizações sediados na Holanda, como Avanço, Fidjus de Cabral, Amílcar Cabral, Rádios Locais, Consulado Geral de Cabo Verde e outras organizações resolveram festejar o dia dos Heróis Nacionais com uma Palestra convívio que teve lugar na Casa de Cultura, em Roterdão.
Segundo o mestre da cerimónia, Luis Fortes, a decisão de celebrar o “20 de Janeiro” foi tomada depois de ter dado conta que para este ano não estava nada programado em Roterdão, para assinalar o Dia dos Heróis Nacionais, data que marca o aniversário do assassinato de Amílcar Cabral.
“Estive há uma semana na Fundação Avanço para tratar de um assunto particular e ao falar sobre o que ia acontecer este ano, disseram que não estava nada previsto. Achei um escândalo deixar passar em branco o dia que Amílcar Cabral foi assassinado”, disse. E, por isso, entrou imediatamente em acção contactando uma série de amigos e organizações para homenagear o Pai da Nacionalidade cabo-verdiana.
PARTIDARIZAÇÃO DAS DATAS

O presidente da Fundação “Os Amigos” disse que normalmente partidarizamos as Datas importantes em Cabo Verde: “o 13 de Janeiro, Dia da Liberdade e Democracia, é uma data do MpD; o 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, é uma data do PAICV.
E o 5 de Julho, de quem é?”, pergunta.
Para Fortes, chegou o momento de deixar de politizar as datas importantes porque elas não pertencem somente aos partidos políticos A ou B, mas sim a todos os cabo-verdianos.
Para não deixar passar em branco as datas importantes em Cabo Verde, na Holanda, Fortes garante que a sua Fundação Cabo Verde Promotions “Os Amigos” vai passar a tomar parte em todos os eventos que marcam a nossa história.
A segunda oradora na palestra foi Anita Faria com o tema: “A morte não interrompe a vida”. Para Anita Faria, falar de Amílcar Cabral “é eleger aqui, agora e sempre uma das Almas mais heróicas e altruistas do Mundo e recordar o mais destemido filho de Cabo Verde”.

Para mostrar que Amílcar Cabral sacrificou a sua vida, a oradora disse que ele bem poderia “escolher viver nos parâmetros da alta-sociedade dentro das suas qualidades de homem culto”. Mas não. “Amílcar transcendeu toda essa condição, deixou de lado suas virtudes profissionais e despiu-se de todas as vaidades do "Homem-Que-Sabe-Mais".
AMILCAR CABRAL ACIMA DOS PARTIDOS POLITICOS
Disse a convidada da Fundação Cabo Verde os Amigos que “Amílcar Cabral é e será sempre, eternamente herói dos povos da Guiné e de Cabo Verde mas que Ele, Cabral não é herói exclusivo de nenhum partido político.
Reforça Anita Faria que “ninguém o comprou ou o resgatou na hasta pública para se assenhorear dele como seu representante, defensor ou protector político”, defendendo sim que Amílcar Cabral “é fidje de povo, nasceu do povo, cresceu no seio do povo, lutou e morreu para o Povo”.
Anita Faria vê Cabral como herói porque reuniu em si “atributos valorosos, corajosos para enfrentar e superar as correntes políticas então vigentes e que tratavam o Homem Africano (ou homem de cor, assim denominados), como se fossem autênticas bestas, no sentido mais lato da palavra”.

TRAIÇÃO E MORTE DE CABRAL
Socorre-se Anita Faria de algumas frases célebres de Cabral para mostrar que no seio do PAIGC havia muita gente que não gostava de Amílcar. Diz Faria que “Cabral sabia que no seio dessa luta, alojava-se algum/alguns "Judas".
E que não foi em vão que ele proferiu tais palavras: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós". (Frase internacionalmente reconhecida).

Alarga Faria o seu raciocínio dizendo que em “todos os Partidos políticos do mundo, em todos os postos de trabalho, em todas as amizades e fraternidades, em todos os convívios e festejos...etc, pode lá estar bem disfarçado ‘Um lobo vestido de Cordeiro’.
Estiveram na casa de Cultura, os representantes do MpD na Holanda , José Andrade e da UCID, Pedro Soares, mas apesar de estar muita gente simpatizante do PAICV notou-se a ausência dos Dirigentes locais do PAICV ou a figura histórica como Djunga di Biluka, quiçá ausente em Cabo Verde para participar no Congresso do PAICV.
Como tem acontecido ultimamente houve momentos de música com intérpretes como Terezinha do grupo Rabassa, Filó de Nhó Antero, Américo Brito, Silvestre Cruz, Nhela de Maria Caela , Luis Fortes, acompanhados por Paulo Bouwman, Nando, Nazálio Fortes, António Violão entre outros.
Rádio Atlântico-Norberto Silva.

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