sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CV:José Maria Neves rejeita candidatura às presidenciais de 2011 em Cabo Verde


PRAIA-O presidente do PAICV garante que não será, "em circunstância nenhuma", candidato do partido no poder em Cabo Verde às eleições presidenciais do início de 2011, possibilidade que admitiu poder ocorrer dentro de dez a15 anos.
José Maria Neves, também primeiro-ministro cabo-verdiano (desde 2001), falava aos jornalistas na sede do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), para dar conta de aspectos ligados ao XII Congresso da força política cabo-verdiana, que começa amanhã na Cidade da Praia.
"Quero deixar bem claro que não serei, em circunstância nenhuma, candidato às presidenciais de 2011. A minha função, o meu papel, aquilo que me vejo a fazer, é ajudar a governar o país (como primeiro-ministro)", sublinhou, lembrando que o PAICV tem também pela frente as legislativas, pouco antes das presidenciais, e que pretende governar também na segunda década do séc. XXI.
Para José Maria Neves o congresso do PAICV, que contará com 475 delegados e mais de 100 convidados, entre eles dirigentes socialistas de Portugal, servirá para isso mesmo, preparar o partido para os embates eleitorais do início de 2011, "combate" que disse esperar vencer.
Questionado pela agência Lusa sobre quando o partido se posicionará para as presidenciais, o líder do PAICV limitou-se a responder "em tempo oportuno", escusando-se, também, a comentar as candidaturas dos quatro dirigentes - Aristides Lima, Manuel Inocêncio de Sousa, David Hopffer Almada e Silvino da Luz - que já manifestaram publicamente a intenção de se apresentarem na corrida.
"O PAICV apoiará, no momento certo e oportuno, o candidato que estiver mais próximo do seu ideário político", sublinhou, recordando que são cidadãos que se apresentam à votação e que, por isso, "não de pode partidarizar a questão".
O líder do PAICV referiu porém que "assumirá" as suas responsabilidades no caso de, "num cenário meramente académico", perder as legislativas, não adiantando mais pormenores. "Sei o que farei, mas isso está apenas na minha cabeça".
José Maria Neves garantiu, por outro lado, dispor de dados de várias sondagens, que admitiu serem todas partidárias, que lhe asseguram "com maioria absoluta" a vitória nas legislativas, onde terá como principal opositor o líder do Movimento para a Democracia (MpD), Carlos Veiga, antigo primeiro-ministro (1991/2000).
Sobre o congresso, que terá por lema "Juntos Construímos o Futuro", o presidente do PAICV, cargo para que foi reeleito em Outubro último, terceiro mandato, mostra-se "satisfeito" com o trabalho preparatório do conclave que, diz, espera ser "um grande fórum de debate". A moção de estratégia que apresentou na altura da sua reeleição como líder do partido será o pano de fundo dos debates, onde serão definidas as "linhas mestras" do "combate político", que se estenderá depois às autárquicas de 2012.
José Maria Neves teve também uma palavra especial para Aristides Pereira, o primeiro secretário-geral do PAICV (na era pós PAIGC), e primeiro presidente de Cabo Verde após a independência, entre 1975 e 1991.
Aristides Pereira, hoje com 84 anos e há muito afastado das lides políticas, será homenageado na sessão de abertura do congresso, que termina domingo, com o líder do PAICV a defender tratar-se de um "grande protagonista" da História de Cabo Verde. "É uma homenagem (em vida) a um grande protagonista da nossa História, um "sage" em África, que hoje temos de resgatar. É mais que merecida e justa", sublinhou José Maria Neves.
OJE/LUSA

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