Os portugueses contribuíram com 630 mil euros para ajudar a população do Haiti. O dinheiro foi entregue à Assistência Médica Internacional. O presidente da organização, Fernando Nobre, partiu esta manhã para preparar a rendição da equipa que está no terreno há duas semanas.
A AMI vai preparar uma missão de "longo prazo" no Haiti, que vai ser executada com os donativos recolhidos em Portugal. Em declarações à agência Lusa no aeroporto de Lisboa, antes da partida, Fernando Nobre afirmou que "é preciso delinear estratégias de médio e longo curso, já não é só pensar na missão de emergência, é pensar o futuro da missão da AMI" no país.
O presidente da AMI justificou esta deslocação ao terreno com a necessidade de "motivar a equipa" e porque acredita que "o exemplo vem de cima".
Questionado sobre o valor já angariado com as campanhas que estão a decorrer em Portugal, o presidente da AMI referiu que até quarta-feira à organização já haviam sido prometidos mais de 600 mil euros, manifestando a convicção de que se vai chegar "facilmente ao milhão de euros".
"Os donativos que nos estão a ser dados terão de ser geridos com cabeça, tronco e membros (...) porque era muito fácil gastar dinheiro, bastava fretar dois aviões, mandar para lá a carga toda e víamo-nos livres desse problema, mas acho que era uma péssima acção e uma péssima utilização dos fundos que os portugueses nos estão a dar", disse.
Fernando Nobre adiantou que a equipa que já está no terreno termina a sua missão em meados de Fevereiro, acrescentando que "já há uma equipa em preparação para partir dia 5 ou 6", composta por dois médicos, dois enfermeiros, dois elementos para apoio logístico e um chefe de missão para "estabelecer os contactos com as autoridades haitianas, com as Nações Unidas e com o exército norte-americano".
Sobre a situação no terreno, o presidente da AMI referiu que é "extremamente volátil, evolui de dia para dia, as orientações mudam todos os dias em termos dos comandos militares que lá estão".
"A nossa equipa já está a pensar levantar o seu acampamento do aeroporto para se mudar para junto de uma organização religiosa", disse, adiantando que a missão da AMI está já a diversificar a sua acção, com elementos a trabalhar com as irmãs do Sagrado Coração de Jesus e com os Médicos Sem Fronteiras.
Quanto a materiais e equipamentos, "a equipa está bem fornecida", referiu.
A missão portuguesa, que integra também elementos da Protecção Civil e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), deixa o Haiti no sábado, ficando a equipa da AMI a controlar as operações na tenda instalada nos arredores da capital haitiana, Port-au-Prince.
O violento sismo do passado dia 12, que deixou o país devastado, provocou pelo menos 170 mil mortos e mais de um milhão de desalojados, segundo o último balanço.
SIC/LUSA
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