Cabo Verde foi o único país da CPLP que viu melhorada a sua classificação na lista de países menos corruptos, elaborada pela Transparência Internacional (TI), em que Portugal desceu quatro posições, de 28.º para 32.º.
No relatório anual referente a 2008, em que foram analisados 180 países, a seguir a Portugal (32.º), Macau (passou de 34.º para 43.º) e a Cabo Verde (passou de 49.º para 47.º), Brasil, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau e Angola desceram no ranking, que continua a ser liderado pela Dinamarca, Nova Zelândia e Suécia.
O Brasil desceu de 72.º para 80.º lugar, Moçambique do 111.º para o 126.º, São Tomé e Príncipe de 118.º para 121.º e Angola e Guiné-Bissau desceram ambos, para o 147.º e o 158.º.
No final da lista, a Somália é o país mais corrupto, seguido por Myanmar (Birmânia), Iraque, Haiti e Irão.
No relatório, em que os países são avaliados por um conjunto de critérios que, somados vão de 0 (muito corrupto) a 10 (livre de corrupção), Portugal obteve 6,1 pontos, seguido por Macau (5,4), Cabo Verde (5,1), Brasil (3,5), São Tomé e Príncipe (2,7), Moçambique (2,6), Timor-Leste (2,2), Angola e Guiné-Bissau (ambos com 1,9).
Dinamarca, Nova Zelândia e Suécia obtiveram 9,4 pontos, enquanto a Somália, última classificada, registou apenas 1 ponto.
A posição de Cabo Verde no ranking, em que a ONG estima o grau de corrupção do sector público a partir do parecer de empresários e analistas dos respectivos países, foi comentado já "com satisfação" pelo Governo cabo-verdiano, tendo a porta-voz do executivo de José Maria Neves destacado os programas de combate à corrupção no arquipélago.
"É fruto de todo o esforço de boa governação que este executivo tem desenvolvido, em prol do desenvolvimento do país. As nossas instituições funcionam, temos um verdadeiro Estado de direito democrático, onde os direitos, liberdades e garantias são respeitados", realça a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Janira Hopffer Almada.
"Estamos num bom patamar de crescimento e desenvolvimento e, como é natural, isso tem as suas consequências positivas, nomeadamente o baixo índice de corrupção, que comprova que o nível de vida da população cabo-verdiana vem melhorando e que explica as pontuações, em vários relatórios e análises, bastante positivas relativamente a Cabo Verde", acrescenta. Janira Hopffer Almada diz também que o Governo tem estado a investir "fortemente" na melhoria das forças policiais (Polícia Judiciária e Polícia Nacional), realçando ainda o papel determinante dos órgãos judicias. "Temos travado um combate feroz contra o tráfico de drogas e a criminalidade organizada", frisa, explicando que a Lei de Lavagem de Capitais, aprovada pelo Parlamento no início deste ano, teve como principal objectivo blindar o país contra as novas ameaças que o mundo enfrenta actualmente. Janira Hopffer Almada, reconhecendo que há ainda medidas a tomar, defende que toda a credibilidade externa que Cabo Verde vem ganhando é "prova, mais uma vez", de que "está a trabalhar desde 2001 com resultados palpáveis e com ganhos reconhecidos dentro e fora" do país.
OJE/LUSA.PT
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