A China iniciou na manhã desta quinta-feira (1º) as comemorações de seus 60 anos de comunismo, com 60 salvas de canhão na Praça Tiananmen, em Pequim.
As comemorações terão uma parada militar e um desfile de 100 mil pessoas, em meio a um esquema de segurança sem precedentes. (Foto: AFP)
A 1 de Outubro de 1949, no termo de uma guerra civil, Mao Tsé-Tung proclamou em Pequim, perante uma multidão entusiástica, o nascimento da República Popular da China. Seis décadas depois, os chineses terão algumas razões para celebrar a efeméride: Mao continua a ser o herói da pátria. Mas a China há muito deixou ficar para trás as prioridades estabelecidas pelo velho dirigente comunista e caminha na estrada da prosperidade
Em 1981, cinco anos depois de Mao morrer, a China comunista acertou contas com o seu fundador. Uma declaração pública elogiou os seus feitos até 1957 e culpou-o pelo que correu mal desde então. A versão ainda hoje se mantém.
Em 1981, cinco anos depois de Mao morrer, a China comunista acertou contas com o seu fundador. Uma declaração pública elogiou os seus feitos até 1957 e culpou-o pelo que correu mal desde então. A versão ainda hoje se mantém.
Mao Tsé-Tung nasceu em 1893 numa China que estava a partir-se em bocados. A dinastia Qin entregara o pais à anarquia e as potências estrangeiras olhavam com cobiça para o velho Império do Meio. A nação precisava de um herói para se salvar. Mao assumiu esse papel. Com 13 anos, juntou-se aos revolucionários que lutavam contra os Qin.
Duas décadas depois, tornou-se chefe dos camponeses que derrotaram os invasores japoneses e os nacionalistas do Kuomintang.
Quando entrou em Pequim, há 60 anos, Mao anunciou que a nação se tinha "levantado". Com isso queria dizer que a China estava de novo unida.
Mao, a quem chamavam "o sol vermelho", orgulhava-se de dizer que era filho de um camponês.
Mas a história é outra. O seu pai era dono de uma quinta na aldeia de Shaoshan e viva em desafogo. Mesmo contra a vontade do pai, Mao pôde ir para a escola e para a universidade, onde se fez professor. Ali começou a ler Marx e Lenine e tornou-se amigo de outros que como ele pensavam que o socialismo - na sua versão camponesa - era a solução para os problemas da China. Para os que lhe davam ouvidos, Mao era um idealista que queria criar um mundo onde todos fossem iguais. Quando publicou o Livro Vermelho, começou a Revolução Cultural que inspirou a juventude chinesa. Mas depois da sua morte, a imagem mudou. Sabe-se hoje que, no poder, Mao causou a morte a milhões de pessoas. Muitos morreram com fome nos anos do Grande Salto em Frente, outros eram dissidentes que foram assassinados em purgas.
O seu médico, Li Zhisui, contou que Mao não gostava de usar fatos e trabalhava na cama ou à beira da piscina. Jung Chang, autora de Mao - A História Desconhecida, escreveu que "Mao era o homem mais rico da China de Mao.".
Do casaco de Mao à gravata de Hu
Mao conquistou a China com um casaco verde de colarinho apertado e dois bolsos no peito. Nos primeiros anos da República, o casaco foi promovido a traje do partido e assim se manteve até ao final do século. Quando subiu ao poder, em 2002, Hu Jintao atirou-o para o baú e vestiu os comunistas de fato e gravata. Num partido que faz segredo das suas mudanças, foi a moda que denunciou a revolução. À primeira vista, o sistema político na China mudou muito pouco desde 1949: o Partido Comunista continua a ser uma organização paralela ao Estado dominado por oligarcas e que não tolera oposição. Mas se a estrutura do partido ficou congelada no tempo, os homens que nela se mexem têm pouco a ver com os primeiros comunistas revolucionários. A nova geração de líderes é mais educada, o mérito e a competência contam para se chegar ao topo e o processo de decisão é hoje mais consultivo e descentralizado do que nunca.O partido mudou para sobreviver à queda em dominó do comunismo, em 1989, que também ameaçou Pequim. Hu Jintao tem a receita para continuar a resistir: melhorar continuamente a qualidade de vida dos chineses. Como escreveu a revista Time, a China está a viver uma nova revolução: a das "expectativas".
Mao conquistou a China com um casaco verde de colarinho apertado e dois bolsos no peito. Nos primeiros anos da República, o casaco foi promovido a traje do partido e assim se manteve até ao final do século. Quando subiu ao poder, em 2002, Hu Jintao atirou-o para o baú e vestiu os comunistas de fato e gravata. Num partido que faz segredo das suas mudanças, foi a moda que denunciou a revolução. À primeira vista, o sistema político na China mudou muito pouco desde 1949: o Partido Comunista continua a ser uma organização paralela ao Estado dominado por oligarcas e que não tolera oposição. Mas se a estrutura do partido ficou congelada no tempo, os homens que nela se mexem têm pouco a ver com os primeiros comunistas revolucionários. A nova geração de líderes é mais educada, o mérito e a competência contam para se chegar ao topo e o processo de decisão é hoje mais consultivo e descentralizado do que nunca.O partido mudou para sobreviver à queda em dominó do comunismo, em 1989, que também ameaçou Pequim. Hu Jintao tem a receita para continuar a resistir: melhorar continuamente a qualidade de vida dos chineses. Como escreveu a revista Time, a China está a viver uma nova revolução: a das "expectativas".
População
Há razões para acreditar que a China se tornará no país mais poderoso do mundo. Uma é a sua população - 1,3 mil milhões de pessoas. Por cada dez homens no mundo, dois são chineses. Em 1949, a proporção era igual, mas os problemas demográficos não tinham comparação aos de hoje. A China é um país sobrepovoado. Usando a metáfora de Malthus, tem convidados a mais para os lugares à mesa. Para resolver o problema, em 1979, os comunistas proibiram os casais de ter mais do que um filho. A medida devia ser provisória, mas ainda hoje se mantém.
Há razões para acreditar que a China se tornará no país mais poderoso do mundo. Uma é a sua população - 1,3 mil milhões de pessoas. Por cada dez homens no mundo, dois são chineses. Em 1949, a proporção era igual, mas os problemas demográficos não tinham comparação aos de hoje. A China é um país sobrepovoado. Usando a metáfora de Malthus, tem convidados a mais para os lugares à mesa. Para resolver o problema, em 1979, os comunistas proibiram os casais de ter mais do que um filho. A medida devia ser provisória, mas ainda hoje se mantém.
Turistas
Durante os seus primeiros anos, a República Popular da China esteve de portas fechadas ao resto do mundo. Os estrangeiros que entravam eram sobretudo diplomatas do bloco soviético. As coisas mudaram muito desde então. A China abriu-se ao mundo na década de 1970. Hoje milhões de turistas chegam ao país todos os anos. Muitos procuram os lugares emblemáticos da revolução como a aldeia de Shaoshan, onde Mao cresceu. O ponto alto aconteceu no Verão do ano passado quando Pequim acolheu os Jogos Olímpicos. Para o ano, Xangai organiza a Exposição Mundial
Durante os seus primeiros anos, a República Popular da China esteve de portas fechadas ao resto do mundo. Os estrangeiros que entravam eram sobretudo diplomatas do bloco soviético. As coisas mudaram muito desde então. A China abriu-se ao mundo na década de 1970. Hoje milhões de turistas chegam ao país todos os anos. Muitos procuram os lugares emblemáticos da revolução como a aldeia de Shaoshan, onde Mao cresceu. O ponto alto aconteceu no Verão do ano passado quando Pequim acolheu os Jogos Olímpicos. Para o ano, Xangai organiza a Exposição Mundial
Reserva da moeda
Talvez mais do que "fábrica do mundo", a China é hoje o "banco do mundo". O milagre económico de Deng tornou o país no maior exportador mundial. Isso, aliado ao investimento externo, permitiu acumular uma quantidade extraordinária de moeda estrangeira. Nos seus cofres, Pequim tem dois biliões de dólares, a maior reserva do mundo. Nos últimos anos, a China passou também ela a investir. A África, rica em recursos naturais e esquecida pelo Ocidente, tem sido um dos alvos. Mas também os fundos de investimento dos EUA que tremeram com a crise.
Universitários
A educação das massas camponesas era um sonho de Mao que a China comunista partilhou. Em 60 anos, a Pequim alfabetizou quase toda a sua população. Hoje 206 milhões de crianças chinesas vão à escola e 20 milhões de jovens estão nas universidades do país, que dá sinais de querer fugir à armadilha da mão-de-obra barata. Além desses, há 300 mil chineses em universidades estrangeiras. O desafio de Pequim é fazê-los regressar e convencer os cérebros, que formou, a não fugirem para países onde lhes paguem melhor.
Talvez mais do que "fábrica do mundo", a China é hoje o "banco do mundo". O milagre económico de Deng tornou o país no maior exportador mundial. Isso, aliado ao investimento externo, permitiu acumular uma quantidade extraordinária de moeda estrangeira. Nos seus cofres, Pequim tem dois biliões de dólares, a maior reserva do mundo. Nos últimos anos, a China passou também ela a investir. A África, rica em recursos naturais e esquecida pelo Ocidente, tem sido um dos alvos. Mas também os fundos de investimento dos EUA que tremeram com a crise.
Universitários
A educação das massas camponesas era um sonho de Mao que a China comunista partilhou. Em 60 anos, a Pequim alfabetizou quase toda a sua população. Hoje 206 milhões de crianças chinesas vão à escola e 20 milhões de jovens estão nas universidades do país, que dá sinais de querer fugir à armadilha da mão-de-obra barata. Além desses, há 300 mil chineses em universidades estrangeiras. O desafio de Pequim é fazê-los regressar e convencer os cérebros, que formou, a não fugirem para países onde lhes paguem melhor.
2009 : Hu Jintao, Um comunista para o que for preciso
Quando, no primeiro dia de Outubro de 1949, Mao apareceu na Cidade Proibida, no topo da Praça Tiananmen, a anunciar o início da República Popular da China, Hu Jintao tinha sete anos e andava na escola da cidade de Taizhou, a mais de mil quilómetros de Xangai. Filho de mercadores abastados, o rapaz tinha tudo para se tornar uma vitima da revolução e das purgas dos fanáticos maoistas que estavam para vir. Mas o cauteloso Hu soube trocar as voltas à história. Hoje, 60 anos depois de Mao conquistar Pequim, ele é o homem que governa a velha-nova China. Hu tornou-se o rosto da quarta geração de líderes comunistas chineses quando sucedeu a Jiang Zemin, em 2002. Sete anos no poder não deixaram cair a máscara que esconde este chinês, um comunista engravatado que gosta de dançar e jogar ténis de mesa, a acreditar numa linha que foi apagada da sua biografia oficial. Em China's New Rulers - The Secret Files, (um guia sobre a liderança chinesa) Hu é retratado apenas no seu lado político: um governante cauteloso "que cita Confúncio" e um perfeito militante "que irá para onde for destacado e fará o que for preciso" - e, por isso, chegará ao topo da hierarquia política do Estado chinês.Hu entrou para o Partido Comunista em 1966, quando estava a terminar o curso em engenharia hidroeléctrica, numa prestigiada universidade de Pequim, e a China respirava a Revolução Cultural. Trazia o Livro Vermelho debaixo do braço. Cumprindo os ensinamentos de Mao, que mandava os jovens educados dessa época para as zonas mais pobres e remotas do país, Hu começou trabalhar na província de Gansu. Em 1982, chegou a Pequim onde caiu nas boas graças do liberal Hu Yaobang. Quando fez 42 anos, foi nomeado secretário do partido em Guizhou. Seis anos depois seria enviado ao Tibete para reprimir, sem piedade, a vaga de protestos dos monges budistas. Uma acção que lhe abriu as portas da Comissão Permanente do partido em Pequim. Iniciava assim o percurso pelas altas esferas do poder. Hu foi o homem do consenso em tempos contraditórios. Ou não fosse ele o Presidente da moderna China.
Quando, no primeiro dia de Outubro de 1949, Mao apareceu na Cidade Proibida, no topo da Praça Tiananmen, a anunciar o início da República Popular da China, Hu Jintao tinha sete anos e andava na escola da cidade de Taizhou, a mais de mil quilómetros de Xangai. Filho de mercadores abastados, o rapaz tinha tudo para se tornar uma vitima da revolução e das purgas dos fanáticos maoistas que estavam para vir. Mas o cauteloso Hu soube trocar as voltas à história. Hoje, 60 anos depois de Mao conquistar Pequim, ele é o homem que governa a velha-nova China. Hu tornou-se o rosto da quarta geração de líderes comunistas chineses quando sucedeu a Jiang Zemin, em 2002. Sete anos no poder não deixaram cair a máscara que esconde este chinês, um comunista engravatado que gosta de dançar e jogar ténis de mesa, a acreditar numa linha que foi apagada da sua biografia oficial. Em China's New Rulers - The Secret Files, (um guia sobre a liderança chinesa) Hu é retratado apenas no seu lado político: um governante cauteloso "que cita Confúncio" e um perfeito militante "que irá para onde for destacado e fará o que for preciso" - e, por isso, chegará ao topo da hierarquia política do Estado chinês.Hu entrou para o Partido Comunista em 1966, quando estava a terminar o curso em engenharia hidroeléctrica, numa prestigiada universidade de Pequim, e a China respirava a Revolução Cultural. Trazia o Livro Vermelho debaixo do braço. Cumprindo os ensinamentos de Mao, que mandava os jovens educados dessa época para as zonas mais pobres e remotas do país, Hu começou trabalhar na província de Gansu. Em 1982, chegou a Pequim onde caiu nas boas graças do liberal Hu Yaobang. Quando fez 42 anos, foi nomeado secretário do partido em Guizhou. Seis anos depois seria enviado ao Tibete para reprimir, sem piedade, a vaga de protestos dos monges budistas. Uma acção que lhe abriu as portas da Comissão Permanente do partido em Pequim. Iniciava assim o percurso pelas altas esferas do poder. Hu foi o homem do consenso em tempos contraditórios. Ou não fosse ele o Presidente da moderna China.
Militares
Pequim vestiu-se de vermelho e preparou uma parada militar para impressionar hoje o mundo, nos seus 60 anos. Pela primeira vez em dez anos, 5 500 soldados vão desfilar pela Avenida da Paz Celestial e mostrar o seu moderno arsenal. O 'filme' terá poucas semelhanças com a da entrada de Mao na capital à frente de um exército de um milhão de camponeses. Rodeada de inimigos, a China comunista fez da modernização militar uma missão. Em 1964, testou a sua bomba nuclear. Hoje tem o maior exército do mundo.
PIB per capita
Se Mao pudesse voltar à vida, nem que fosse por um dia, ficaria desiludido ao ver o resultado da sua revolução. É verdade que a China é mais rica do que alguma vez foi durante o maoísmo. O PIB 'per capita' atingiu os 2770 dólares e #37 multinacionais chinesas estão no top 500 da revista Fortune. Mas o milagre económico chinês ainda não chegou a todos. O fosso entre ricos e pobres é maior do que nunca. Perto de 207 milhões de chineses vivem com menos de 85 cêntimos por dia. Durante o Grande Salto em Frente, em 1958, milhões de chineses morreram de fome. Mao fazia questão de notar que a morte não discriminava ninguém...
Esperança de vida
Um bebé nascido no ano zero da China de Mao tinha à sua espera uma vida de fome, guerra e doença, que devia terminar por volta dos 36 anos. Um bebé que nasça na China de hoje pode contar com uma vida bem menos dura e fazer planos para os próximos 73 anos. Em seis décadas, mais do que duplicou a esperança média de vida dos chineses. O feito foi conseguido à custa do milagre económico, mas não só. Para os novos líderes comunistas, a saúde da população tornou-se uma prioridade. Um sinal de empenho foi dado com a resposta ao surto de pneumonia atípica em 2003.
Peso PIB Mundial
A acreditar nas contas do professor Angus Maddison, há 60 anos a China produzia perto de 4 % da riqueza do mundo. Hoje, o número andará perto dos 16%, embora esse seja assunto de discussão. Mais certo é que a China é a terceira maior economia do mundo, que em 2010 vai ultrapassar o Japão e no final da década estará a par dos EUA. Mas em tudo isto, Mao tem muito pouco de que se orgulhar. O milagre económico chinês foi um feito do seu sucessor, Deng Xiaoping, o reformista que ao comunismo juntou alguma dose de capitalismo.
Pequim vestiu-se de vermelho e preparou uma parada militar para impressionar hoje o mundo, nos seus 60 anos. Pela primeira vez em dez anos, 5 500 soldados vão desfilar pela Avenida da Paz Celestial e mostrar o seu moderno arsenal. O 'filme' terá poucas semelhanças com a da entrada de Mao na capital à frente de um exército de um milhão de camponeses. Rodeada de inimigos, a China comunista fez da modernização militar uma missão. Em 1964, testou a sua bomba nuclear. Hoje tem o maior exército do mundo.
PIB per capita
Se Mao pudesse voltar à vida, nem que fosse por um dia, ficaria desiludido ao ver o resultado da sua revolução. É verdade que a China é mais rica do que alguma vez foi durante o maoísmo. O PIB 'per capita' atingiu os 2770 dólares e #37 multinacionais chinesas estão no top 500 da revista Fortune. Mas o milagre económico chinês ainda não chegou a todos. O fosso entre ricos e pobres é maior do que nunca. Perto de 207 milhões de chineses vivem com menos de 85 cêntimos por dia. Durante o Grande Salto em Frente, em 1958, milhões de chineses morreram de fome. Mao fazia questão de notar que a morte não discriminava ninguém...
Esperança de vida
Um bebé nascido no ano zero da China de Mao tinha à sua espera uma vida de fome, guerra e doença, que devia terminar por volta dos 36 anos. Um bebé que nasça na China de hoje pode contar com uma vida bem menos dura e fazer planos para os próximos 73 anos. Em seis décadas, mais do que duplicou a esperança média de vida dos chineses. O feito foi conseguido à custa do milagre económico, mas não só. Para os novos líderes comunistas, a saúde da população tornou-se uma prioridade. Um sinal de empenho foi dado com a resposta ao surto de pneumonia atípica em 2003.
Peso PIB Mundial
A acreditar nas contas do professor Angus Maddison, há 60 anos a China produzia perto de 4 % da riqueza do mundo. Hoje, o número andará perto dos 16%, embora esse seja assunto de discussão. Mais certo é que a China é a terceira maior economia do mundo, que em 2010 vai ultrapassar o Japão e no final da década estará a par dos EUA. Mas em tudo isto, Mao tem muito pouco de que se orgulhar. O milagre económico chinês foi um feito do seu sucessor, Deng Xiaoping, o reformista que ao comunismo juntou alguma dose de capitalismo.
DN.PT-Por Hugo Coelho
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